Tuesday, July 31, 2007

Reflexoes em Alto Mar: the dark side of crew's life

Saint Tropez, Franca


E ai galera blz? Espero q sim…


Bem, apesar do sono, vou abrir mão da dormidinha para escrever um pouco, até para dar uma refletida. Pincipalmente por estar na reta final do segundo contrato, falta pouco mais de um mês para o fim.

Os dois últimos meses tem sido bem legais no quesito festas, festinhas e festões. A galera até precisou dar uma contralada, para conseguir descansar o mínimo para aguantar o trampo. As fotos não mostram nem metade do que a galera tem se divertido. Assim como no contrato passado, o grupo de brasileros esta mais unido e entrosado. A essa altura da temporada, muitos voltaram pro Brasil e o tempo junto é grande.

com a Carol no Vaticano: de nooovo!


O estress a bordo tem sido maior. Eu mesmo ja tive vontade de jogar tudo pro alto e ir embora, mas algo mais forte parece me segurar e me contolar. A jornada de 14 horas em média, diarias, começa a pesar no corpo e na mente. No restaurante onde EU trabalho esse ano a cobrança é maior, tanto da chefia quanto dos passageiros. principalmente agora na alta temporada européia que os cruzeiros estão todos com lotação maxima.



Capri, Italia: adoreiiiiiiiiiiiii

Eu entendo que os passageiros estão aquí para descansar e aproveitar, afinal eles pagaram por isso. Mas, o ânimo jã não é o mesmo. Imagina você ter de sorrir e tagarelar após tomar uma grande bronca, que muitas vezes vem da maneira mais rude possivel. Adicione a isso o tempo a bordo, os atritos das diferenças culturais, poucas horas de sono quebrado e toda a disciplina que temos de seguir.

Claro que é uma delícia poder sair em lugares maravillosos da Europa com algum dinheiro no bolso. Mesmo com a absurda desvalorização do dólar. Cada vez que temos de trocar por euro é uma decepção

Agora na reta final a galera comemora cada dia que termina, afinal é um a menos pro final. Eu comemoro o fim de cada dril e general cleaning. Parece filme de presidiário. “Só faltam seis!!!”.


Saint Tropez, Franca: tré chic


Vale citar também a sensação de desânimo que temos quando paramos em frente ao navio depois de uma tarde na Europa. Realmente é como no filme Matrix. Principalmente para nós que trabalhamos no restaurante que temos pela frente o jantar, o horário mais busy(ocupado) de trabalho. Muitas vezes no fim do dia parece que saímos de uma luta de boxe. A galera toda suada, com cara de cansaço e com dor nas costas,nas pernas e principalmente nos pés.


Eu, Ju e Carol no Aquapark em Civitavecchia, Italia



Com todos esses ingredientes alguns conflitos são inevitaveis. Principalmente pq são acentuados pela necessidade de conviver com as diferenças culturais. No restaurante geralmente a galera “só” bate boca. Eu mesmo ja fiz isso algunas vezes. Mas, ano passado por umas duas vezes alguns cozinheiros chegaram a brigar de faca e um oficial “socou” outro.

Mas, assim como na ONU o melhor é a diplomacia, não só por uma questão de respeito, mas pelo lado político. Afinal as vezes, você briga com alguém que namora, é amigo ou da mesma nacionalidade de algum superior. E por aquí tudo que é dito, com certeza é usado e revidado contra você. Ou seja engolir sapo as vezes faz parte se você pretende sobreviver por aquí.

Abraham preparando caipirosca pra celebrar o fim de mais um contrato



Voltar ou não voltar? Eis a questão…

Essa é uma questão shakesperiana que me atormenta. Sei que quero voltar a trabalhar em navios, por mais algum tempo. Mas seria legal um outro navio com novas rotas, novas pessoas e até mesmo um outro departamento. Pelo que andei conversando com alguns filipinos e indianos que trabalharam no restaurante em outros navios, a possibildade de maiores ganhos é certa, assim como uma maior jornada de trabalho.

A duvida vem por que a pesar de tudo, já conheço várias pessoas e sei como as coisas funcionam. Além de algunas pequenas seguranças adquiridas pelo tempo de casa. Mas, acho que essa questão sera melhor respondida quando estiver de férias. Afinal a situação que se encontra na volta para casa determina o reembarque. Tanto para brasileros quanto para as pessoas dos outros países. Teve muita gente por aquí que batia no peito que não voltaria para trabalhar/ viver aquí, que era o inferno; e meses depois apareceu todo sem graça com a malinha e o passaporte na mão.

galera na despedida do Abraham

Esse ano a saudade esta apertando um pouco mais. Dá uma certa dorzinha ouvir minha sobrinha toda vez que ligo para casa. É tudo intenso mesmo nas férias sentia saudades das pessoas do navio e aquí sinto a falta da familia e amigos. Vai entender.

Preciso ir, lov u all,

Bjs para todos, especialmente para pai, mãe, Alê e Sam.

6 comments:

Anonymous said...

Queridão !!! Mta saudade de vc !!
Força aí ! ta quase acabando... pensa nas amygas e dê umas risadas ... e lembre-se : quem não tem cabelo BATE BRINCO, PORRA ! kkkkkkk
Zilhones de bjos !!!
Barbia

Anonymous said...

lu adorei seus comentarios e fotos,chorei de rir e saudades logico!!esperoi que todos estejem bem e curtindo.beijos

Anonymous said...

Saudade inévitável, mas como já dizia o poeta, navegar é preciso...
E nunca dá para ter tudo... os amigos da terra e os mar, mas não esquenta afinal a vida é esse imenso começar e terminar sem fim...bjão querido
Kelly

Jo said...

Heheh..to aqui lendo e as vezes rindo e as vezes deixando bater um friozinho na barriga.
Vou encarar meu primeiro contrato com a Island em dezembro(temporada BR)pois é...já to sentindo feliz e querendo desistir ao mesmo tempo...é tudo q quero e tudo que não queria precisar...vai entender né!!
Poxa sucesso pra vc e logo logo DIVIRTA SE em terra tb!!!
God bless you!!

Anonymous said...

animo kara, e saudades, viva intensamente cada momento pois pode ser seu ultimo, estamos por aqui qualquer coisa q precisar bjus e abraços do seu amigo Davi

Anonymous said...

eu leio! eu leio! achei seu blog denovo! eu leio tuuudo até o fim! Boa sorrte em todos os seus trabalhos!! Nille Benatti.